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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, outubro 19, 2016




Plantão Brasil
A política de manter os bancos públicos com taxas de juros mais baixas, adotada pelos governos de Lula e Dilma, foi deixada para trás com Michel Temer. Em algumas linhas de crédito, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal passaram a cobrar mais caro para fazer frente à crise e aumentar a rentabilidade, diz reportagem do Estado de S.Paulo.

“Bancos públicos foram na contramão da concorrência e ajustaram gradualmente o juro cobrado dos clientes nos últimos meses. O movimento foi suficiente para mudar radicalmente o ranking do crédito do Banco Central. Se no passado recente Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal operavam os juros mais baixos, agora as duas instituições já cobram algumas das maiores taxas. Entre os cinco grandes, o BB tem o maior juro no financiamento de veículos e a Caixa opera o segundo maior no crédito rotativo do cartão de crédito.

Após o estouro da crise em 2008, bancos estatais foram protagonistas quando os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff incentivaram o consumo via queda de juros. O plano, porém, mudou. No ano passado – ainda no governo Dilma – os dois bancos federais começaram a elevar lentamente os juros em reação à subida da taxa Selic e diante de necessidade de melhorar a estrutura de capital, como revelou o Estado no início do ano.

Com a chegada de Michel Temer ao Palácio do Planalto, o movimento ganhou velocidade. Em maio, o peemedebista indicou Paulo Caffarelli para a presidência do BB e Gilberto Occhi para a Caixa. Sob o novo comando, os dois bancos adotaram o discurso de recompor receitas para recuperar a rentabilidade perdida nos anos de ação mais agressiva. Pouco mais de quatro meses com a nova chefia e as instituições já exibem juros bem próximos dos concorrentes. Às vezes, até maiores.”

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Cancelamento de auxílios-doença já chega a 77,5%

O volume de cancelamentos de auxílios-doença continua crescendo com o pente-fino realizado pelo INSS. Um balanço parcial oficial, apresentado ontem pelo secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, Alberto Beltrame, mostrou que 77,5% dos benefícios referentes às 10.894 perícias já feitas foram cancelados por irregularidades. Mais de 500 beneficiários foram encaminhados à reabilitação profissional e mais de mil benefícios foram transformados em aposentadorias por invalidez.

O processo de revisão dos auxílios-doença, que começou em setembro, já resultou no envio de 79.494 cartas a beneficiários. Isso representa 52,88% do total de revisões previstas. O INSS estima uma economia de mais de R$ 139 milhões por ano somente com o Programa de Revisão dos Benefícios por Incapacidade.

— É um esforço conjunto de todas as áreas do governo para ajustas as contas. O processo contribui, também, para dar transparência e legitimidade às concessões de benefícios — afirmou Beltrame.

As cartas já enviadas referem-se aos 1º e 2º lotes, que abrangem quem tem até 39 anos e de 40 a 45 anos, recebe há mais de dois anos e não passa por perícia há tempos. Ao receber a correspondência, o segurado tem até cinco dias para agendar o exame, sob pena de ter seu benefício suspenso.

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