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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, maio 24, 2014

 UM PETARDO - MADE USA - PARA DESINTEGRAR O BRASIL


O escritor Hans Christian Andersen, que entendia do assunto, dizia que “os contos de fadas são escritos para que as crianças durmam, e os adultos despertem.”



A RAPOSA E O GALINHEIRO


Em uma das fábulas que envolvem canídeos e galináceos, ambas da tradição lusitana, aprende-se porque não se deve deixar a segurança do galinheiro a cargo desses predadores.

A lembrança vem à tona com a notícia, publicada pelo Valor Econômico, de que a Boeing, norte-americana, está trazendo, para o Brasil, sua divisão de Defesa, Espaço e Segurança, para tentar prestar serviços de segurança cibernética a órgãos como o Ministério da Defesa, o da Ciência e Tecnologia, grandes estatais, bancos e companhias do setor privado.
É O estratégico tesouro negro do pré-sal  o alvo preferencial da espionagem do império (Mviva) 

Justamente algumas das áreas que foram mais visadas, e que, com certeza, continuam a ser  espionadas, por agências norte-americanas de informação, como a NSA, no âmbito do vasto “galinheiro cibernético” da rede mundial de computadores.

Embora no site oficial da BDSS – o braço de defesa da Boeing – o link relativo à “defesa nacional” não leve mais a parte alguma, na seção Government Operations fica clara, como não poderia deixar de ser, a estreita ligação da empresa com o seu país de origem, onde tem fábricas e instalações em mais de 50 estados, e conta com 58 mil funcionários, e um faturamento de 33 bilhões de dólares.

No Brasil – mesmo que contem com fortes concorrentes de outras regiões do mundo -  basta que empresas sejam norte-americanas, e tenham certa reputação estabelecida, ao longo dos anos, por meio de ações de marketing, para que as portas se abram como em um passe de mágica, muitas vezes, sem que sequer seja obedecida a legislação, do ponto de vista de licitação e contratação de serviços.

Esse está sendo agora o caso da joint- venture assinada pela CEF com a IBM, em 2012, para prestar serviços no montante de mais de 1 bilhão de reais, que está sendo contestada e avaliada pelo TCU – o Tribunal de Contas da União.

Na administração pública, é preciso tomar cuidado com quem se coloca dentro de casa, e  se assinam certos convênios, como foi o caso da contratação da Academi, ex-Blackwater -uma empresa privada de mercenários, acusada de crimes em várias regiões do globo -  para o treinamento de policiais brasileiros responsáveis pela segurança da Copa do Mundo.     

No lugar de contratar empresas estrangeiras, o Governo Federal – e os estaduais – por meio do SERPRO, da TELEBRÁS, de nossas universidades e institutos de pesquisa, precisa investir em software nacional e livre, servidores próprios, e criptografia. E  estabelecer parâmetros que proíbam ou desestimulem a compra de soluções externas – principalmente de países que já nos espionaram –  nas quais, eventualmente, como a raposa dentro do galinheiro, possam vir “portas” ocultas  para dar acesso a empresas e governos de outros países a nossas informações nacionais estratégicas. 


Postado por Mauro Santayana
*militanciaviva

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